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Especialistas destacaram a importância de aliar a discussão das mudanças climáticas com justiça social.

A forma como as mudanças climáticas impactam as populações mais vulneráveis foi debatida na tarde desta segunda-feira (3) na oficina “Justiça Climática”, promovida pela Escola do Legislativo da Câmara de Vereadores de Piracicaba. No evento, transmitido on-line, especialistas em relações internacionais, gestão ambiental e clima e sociedade discutiram sobre os aspectos da justiça climática na questão local, nacional e internacional.Representando o Instituto Clima e Sociedade (iCS), a coordenadora de comunicação da organização, Andréia Coutinho, fez uma participação especial na oficina. Ela destacou que é fundamental considerar a representatividade e a justiça social ao falar de justiça climática, pois os impactos das mudanças climáticas têm “gênero, cor e classe social”. Segundo Coutinho, a perspectiva racial é muitas vezes ignorada ou marginalizada e o antirracismo é parte da luta por justiça climática. “O meu desejo e a minha luta é que a gente tenha mais aliados e aliadas que tornem essa discussão mais prática, efetiva e urgente”, disse.

Renata Koch Alvarenga, graduada em relações internacionais e fundadora e diretora da plataforma EmpoderaClima, da organização Care About Climate, apresentou um panorama da justiça climática no contexto internacional. Ela destacou a importância da participação das mulheres como liderança das discussões climáticas, pois parlamentares mulheres tendem a priorizar questões sociais. “Não ter participação das mulheres nesse espaço é muito significativo”, frisou a palestrante que destacou a baixa presença de mulheres em cargos de liderança na história das conferências mundiais sobre o clima. Ela conclui que o gênero feminino se encontra na discussão climática como grupo vulnerável e não como liderança e políticas públicas serão muito importantes para a mudança desse cenário.

A vereadora Nancy Thame (PV), diretora da Escola do Legislativo, relatou suas participações em COPs (Conferências da ONU sobre o Clima), destacando a participação expressiva da juventude local nos eventos e também das mulheres. Ela citou o fato da baixa representatividade das mulheres nesses eventos e explicou que é motivado porque poucas líderes de nações são mulheres. “Estamos sub-representadas”, afirmou.

A elaboração de um plano participativo de adaptação e mitigação às mudanças climáticas em Piracicaba é o objetivo do “Pira no Clima” que foi representado pela gestora ambiental Nara Perobelli de Moraes. Ela também é colaboradora no Imaflora (Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola) e Observatório do Clima. Nara Moraes apresentou dados sobre a justiça climática em Piracicaba, com foco para a situação climática nos bairros e também em termos legislação –  o que já foi conquistado e o que ainda falta. Segundo ela, discutir justiça climática localmente é dar voz aos grupos não apenas como vulneráveis, mas também como agentes de mudança.

A oficina virtual “Justiça Climática” teve mediação de Rodrigo de Oliveira Santos Signoreti, graduando em engenharia ambiental e estagiário em projetos do Imaflora. A palestra pode ser assistida no canal do Youtube da Escola do Legislativo.

 

Texto:  Daniela Teixeira – MTB 61.891

Supervisão de Texto e Fotografia: Valéria Rodrigues – MTB 23.343

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