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Os aspectos que marcaram a produção do “Diagnóstico do Plano de Arborização de Piracicaba” foram pontuados na reunião on-line do Fórum Permanente de Arborização Urbana da Câmara de Vereadores de Piracicaba, na manhã desta quinta-feira (21), via aplicativo Zoom, coordenado pela vereadora Nancy Thame (PV). As explanações ficaram aos cuidados do engenheiro agrônomo José Flávio Machado Leão, diretor da Propark Paisagismo e Ambiente.

A Propark foi a empresa que venceu uma licitação feita pela Prefeitura do Município de Piracicaba, no ano passado, para elaborar o diagnóstico, entregue em cinco meses. Ele servirá para que o Executivo elabore o Plano Municipal de Arborização Urbana, com o objetivo de otimizar e modernizar as atividades de planejamento, gestão e expansão do patrimônio arbóreo na cidade.

No início da reunião, a vereadora Nancy apresentou detalhes das discussões já realizadas pelos grupos de trabalho do Fórum Permanente de Arborização Urbana, constituído ainda pelos parlamentares Laércio Trevisan Jr. (PL), Carlos Gomes da Silva, o Capitão Gomes (PP), e Lair Braga (SD). Entre as questões estão o levantamento da legislação existente, análise dos projetos de lei, pontos de interesse para inserção na legislação, revisão de manuais e técnicas antigas, levantamento dos programas existentes no município e setor privado e elaboração de novos programas.

Segundo José Flávio, a intenção é que diagnóstico feito pela Propark sirva efetivamente para mudar o cenário na cidade e acompanhe o pensamento de uma cidade mais limpa, mais verde e mais saudável.

No processo de elaboração do diagnóstico, a empresa avaliou os aspectos históricos relacionados à urbanização em Piracicaba. Em um segundo momento, buscou as legislações local e estadual relacionadas ao tema e, na sequência, analisou a estrutura da Sedema (Secretaria Municipal de Defesa do Meio Ambiente).

Baseados nos três pontos, os profissionais da Propark buscaram conhecer, em agosto do ano passado, a situação da cobertura vegetal da cidade. Setores foram divididos e mapeados por satélites de grande precisão. As imagens de satélite foram cruzadas com mapas e informações sócio-geográficas das cinco macrorregiões urbanas da cidade.

“O plano é uma ferramenta de gestão, com uma visão ampla, por exemplo, de qual região é mais deficiente, para concentrar o foco nas ações. O urbanismo está ligado ao desenvolvimento imobiliário, e, neste caso, em nosso país, há o detrimento dos espaços verdes. Cabe aos agentes políticos trabalhar para modificar essa situação”, recomendou José Flávio.

O engenheiro agrônomo lembrou ainda que o pensamento é de que a mata é inimiga do cidadão. Para ele, a necessidade é a de envolver a população de uma forma diferente. “É preciso desenvolver uma condição mais afetiva, uma ação política, de conscientização e participação comunitária. Com isso, conseguimos ampliar a cobertura arbórea na cidade. Fica à classe política, principalmente à Câmara, esse papel de sensibilizar”, avaliou José Flávio.

Na opinião do engenheiro, cabe ao Executivo aprimorar as condições de manejo da vegetação arbórea, em especial nos parques e praças públicas, que após a pandemia da Covid-19 serão cada vez mais demandados. “Além disso, é preciso cuidar das áreas legalmente protegidas e da vegetação nos lotes particulares”, completou.

Um dos pontos que merece destaque é a arborização do sistema viário: em calçadas, ilhas de canteiro central e rotatórias. Porém, ele acredita que um dos problemas é que as calçadas continuam sendo estreitas. Para Leão, falta também um serviço preventivo e não apenas de manutenção das árvores. “Temos que criar novos modelos, sem medo de sermos arrojados”, completou, ao defender a criação de um “grande pacote verde”.

A vereadora Nancy Thame é a favor do IPTU Verde na cidade, medida que viria para incentivar empreendimentos imobiliários residenciais, comerciais, ou institucionais a realizarem e contemplarem ações e práticas de sustentabilidade em suas construções. No entanto, há o entendimento de que um projeto desse porte, se fosse apresentado por algum vereador, constituiria “vício de iniciativa”, uma vez que os procedimentos trazem custos ao Executivo. Ainda sobre a questão, ao final da reunião, a parlamentar defendeu a criação de seminários (por meio da Escola do Legislativo, da qual é diretora), para a elaboração de uma pré-proposta.

Texto: Texto: Rodrigo Alves
(Câmara de Vereadores de Piracicaba)

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